Neste 15 de maio, Dia Nacional do Controle da Infecção Hospitalar, o Sistema Conselhos de Odontologia reforça o alerta sobre os protocolos de saúde bucal, essenciais à vida de pacientes internados. Seja vírus, bactérias ou fungos, a contaminação hospitalar representa a maior causa de mortes em hospitais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 milhão de vidas são perdidas todos os anos em decorrência de infeção originada em ambiente hospitalar ou em consequência dela.
O trabalho do Cirurgião-Dentista habilitado em Odontologia Hospitalar potencializa, em até 60%, a redução das chances de desenvolvimento de infecções respiratórias em pacientes internados. Os dados são do estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). A assistência odontológica é indispensável tanto no âmbito da pneumonia viral, a qual inclui a covid-19, quanto na prevenção de outros tipos de pneumonias associadas a bactérias na cavidade bucal. Esse olhar preventivo também pode evitar em 30% as infecções hospitalares.
A Odontologia Hospitalar, juntamente com a equipe de enfermagem, é responsável por elaborar e executar protocolos de higiene oral, específicos conforme necessidade de cada paciente. Mas, principalmente, realizar procedimentos de diagnósticos de lesões orais e tratamentos odontológicos, na alta complexidade em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Além de realizar capacitação e treinamento de higiene oral com a equipe de enfermagem (enfermeiros e técnicos de enfermagem). Em relação as Pneumonia Associada à Ventilação (PAV), a Odontologia Hospitalar é capaz de diagnosticar e tratar, por exemplo, pacientes em situação de intubação, sangramentos, ressecamento dos lábios e da mucosa oral, quadros de babação, traumas orais por mordedura e candidíase oral.
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), incluídas entre as maiores causas de morte, também precisam de atenção pública nesta data. O Guia de Orientações para Atenção Odontológica no Contexto da covid-19, contribui com orientações direcionadas para prevenção e controle dessas infecções. O documento, elaborado pelo Ministério da Saúde com as contribuições técnicas do CFO, foi publicado em novembro do ano passado e está disponível para acesso público.
A data nacional, instituída pela Lei nº 11.723/2008, conscientiza também autoridades sanitárias, diretores de hospitais e trabalhadores de saúde sobre a importância do controle das infecções hospitalares. Hoje, a assistência Odontológica em ambiente hospitalar é assegurada pela Resolução Anvisa RDC nº 7/2010, a qual dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) brasileiras, por meio de leis estaduais e municipais.
A preocupação dos Conselhos de Odontologia vai ao encontro dos dados do relatório do Banco Mundial, de 2018. Países com desenvolvimento humano melhor apresentam taxa de contaminação por infecções hospitalares de 7%. No caso de países mais pobres, esse número sobe para mais de 10%. No Brasil, o índice de casos de infecção hospitalar é ainda maior, atinge 14% das internações.
Por Camila Melo, Ascom CFO / Com informações dos Cirurgiões-Dentistas Juliana Franco e Keller de Martini.
Fotos: Juliana Franco e Maria Cláudia Vieira
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