Os vereadores de Campo Grande (MS) aprovaram nesta sexta-feira, 21, o Projeto de Lei nº 7.197/12, que dispõe sobre a obrigatoriedade da presença de profissionais da Odontologia nas Unidades de Terapia Intensiva da Capital. Agora, o PL será encaminhado para a sanção do prefeito de Campo Grande.
Com a medida, os profissionais da Odontologia vão integrar as equipes multidisciplinares que atuam nas UTIs. “Esse á uma conquista da odontologia. Campo Grande é a primeira cidade do Brasil a ter uma lei que garante a presença desses profissionais nas Unidades de Terapia Intensiva”, afirma o presidente do CRO-MS, Francisco Grilo.
A proposta tem autoria do vereador Mário César e foi assinada ainda pelos parlamentares, Paulo Siufi, Dr. Jamal e Carlão. A presença de profissionais da Odontologia nas UTIs ainda vai ajudar na redução de casos de infecção hospitalar. Um dos principais cuidados para se evitar a transmissão de microorganismos nesses ambientes e que ainda não são adotados é a higienização da boca.
Estudos realizados no Brasil pela Associação Nacional de Biossegurança (Anbio) trazem números alarmantes: em média, 80% dos hospitais não fazem o controle adequado. O índice de infecção hospitalar varia entre 14% e 19%, podendo chegar, dependendo da unidade, a 88,3%. Ainda conforme o estudo, cerca de cem mil pessoas morrem por ano em decorrência das infecções. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, estima que as infecções hospitalares atinjam 14% dos pacientes internados no país.
Uma das infecções mais comuns é a pneumonia, que pode ser facilmente prevenida por meio do acompanhamento do Cirurgião-Dentista. “Essa infecção acontece por meio da aspiração da saliva. Sem a higienização da boca, em 48 horas já acumulam placas bacterianas que vão ocasionar a pneumonia”, explica a cirurgiã-dentista presidente da Comissão da Odontologia Hospitalar do CRO-MS, Juliana Santiago Setti.
A especialista afirma que uma infecção bucal pode além de alterar resultados dos exames, agravar o quadro clínico do paciente. “A boca é algo muito delicado e que deve receber atenção. Um problema com infecção pode até desencadear algumas patologias como a diabetes e insuficiência cardíaca”, explica.