No Dia Nacional da Saúde Bucal e do Cirurgião Dentista, celebrado nesta quinta-feira (25), o país tem motivos para comemorar a data. Instituído em 2004, o Brasil Sorridente, coordenado pelo Ministério da Saúde, já é o maior programa de assistência odontológica pública e gratuita do mundo. Desde que foi criada, a estratégia aumentou em 15 vezes a quantidade de atendimentos à população: saltou de 10 milhões para 150 milhões de consultas por ano. A cobertura populacional do programa também cresceu substancialmente (400%): passou de 18,2 milhões de brasileiros assistidos antes do Brasil Sorridente para 92 milhões de pessoas beneficiadas atualmente.
Inserido na Política de Saúde Bucal do Sistema Único de Saúde, o Brasil Sorridente inovou com medidas de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros. Hoje, oito anos após seu lançamento, o programa já está presente em cerca de 90% dos municípios. Atualmente, 1.304 cidades contam com Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPDs) e, em todo o país, já são 915 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) em pleno funcionamento – estruturas que não existiam até a criação do Brasil Sorridente.
“Passamos a ser referência internacional até para os países considerados desenvolvidos. Isso é motivo de orgulho para os brasileiros e para os profissionais de saúde”, analisa o coordenador-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca.
Nos CEOs são oferecidos tratamentos endodônticos (canal), atendimento a pacientes com necessidades especiais, cirurgia oral menor, periodontia e exames para detectar câncer bucal, entre outros serviços. Nos LRPDs foram produzidos, até o último mês de agosto, 256.336 próteses dentárias. Até o final do ano, a meta é chegar a 400 mil unidades – quantidade 12,5 vezes maior que a produção de próteses, no país, antes da criação do Brasil Sorridente.
Investimentos – Até 2014, o Ministério da Saúde investirá R$ 3,6 bilhões no Brasil Sorridente. Os recursos são destinados à melhoria da tecnologia, estrutura e contratação de profissionais para o programa, com o objetivo de se ampliar ainda mais o acesso dos brasileiros às ações de saúde bucal no SUS.
“Muito mais que a questão estética, a ausência de dentes interfere diretamente na vida social da pessoa, causando problemas emocionais e fisiológicos, prejudicando o funcionamento de todo o corpo”, observa Gilberto Pucca. “Por isso, a recuperação da mastigação reflete diretamente na saúde, na auto-estima e na qualidade de vida do paciente”, completa o coordenador.
Unidades móveis – Populações que vivem em locais de difícil acesso aos serviços convencionais de saúde, como assentamentos rurais ou quilombolas, não foram esquecidas pelo plano de ampliação da rede de assistência odontológica no SUS. Para eles, foram criadas as Unidades Odontológicas Móveis (UOMs), que funciona como um consultório odontológico itinerante para a realização de serviços por Equipes de Saúde Bucal que atuam na Estratégia Saúde da Família.
Cada unidade conta um consultório equipado com cadeira odontológica, kit de pontas (motor), cadeira do dentista (mocho), refletor, amalgamador e fotopolimerizador (equipamentos que fazem o preparo dos produtos utilizados nas restaurações dos dentes), aparelho de raios-X e autoclave (para esterilização dos instrumentais). As UOMs contam com ar-condicionado, lavatório, reservatórios de água, armários para armazenagem de material e gerador de energia. Atualmente, 180 unidades estão funcionando no país e, até 2014, serão entregues à população mais mil novos veículos.
Cirurgiões-Dentistas – Quase 30% do total de cirurgiões-dentistas do país – mais de 64 mil profissionais – atuam no Brasil Sorridente. O programa também conta com outros 25 mil trabalhadores, entre técnicos e auxiliares em saúde bucal e de próteses dentárias.
O cirurgião-dentista foi a categoria de nível superior que mais cresceu no SUS, em quantidade de profissionais, nos últimos dez anos. Só no período de 2003 a 2012, a quantidade cirurgiões aumentou 60%, o que revela a importância deles para o SUS. De acordo com Gilberto Pucca, atualmente, o “grande empregador da Odontologia é o Sistema Único de Saúde”.
“Isso é bom para todos; principalmente, para a população, que tem muito mais acesso à assistência odontológica. Desde o lançamento do Brasil Sorridente, a saúde bucal passou a ser, de fato, uma prioridade na saúde pública e não apenas algo para quem tinha dinheiro e podia pagar pelos serviços”, destaca Pucca. (Cristina Gumiero/Ascom-MS)