A convite da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), o Conselho Federal de Odontologia (CFO) participou, no dia 8 de abril, de reunião online do Grupo de Interesse de Prescrição Eletrônica. A SBIS apresentou ao CFO o “Modelo de Interoperabilidade de Prescrições Eletrônicas – Interoperabilidade entre Sistemas”, e fez escuta para melhor entendimento de demandas da categoria odontológica.
Esse modelo possibilitará a adequação da regulação atual à Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2020-2028 (ESD28), com um Prontuário Eletrônico do cidadão que contenha a integralidade das Informações de saúde, inseridas tanto pelos profissionais da saúde pública como pelos profissionais da saúde suplementar. Na prática, a proposta é validar todo o processo eletronicamente, de ponta a ponta, desde a assinatura digital do Cirurgião-Dentista, passando pela identificação da clínica, do profissional de saúde, do paciente e da prescrição em si – substância, quantidade, prazo, entre outras informações essenciais.
O compartilhamento de informações tem como objetivo reverter o cenário atual, em relação à prescrição odontológica, e outras áreas da saúde. No contexto atual, os profissionais de saúde, dentre eles, os Cirurgiões-Dentistas convivem com a ausência de um repositório nacional específico para consulta de informações de substâncias, produtos medicinais, organização de prescrição e vocabulários controlados de referências administrativas e farmacêuticas. O trabalho caminha para reduzir custos operacionais, agilizar e tornar a comunicação entre as partes envolvidas mais eficiente, engajada e com maior autonomia. Além de possibilitar o levantamento de informações e dados que servirão de subsídio para a evolução da categoria.
Segundo o representante do CFO na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Cleso André Guimarães Junior, vislumbra-se, também, um modelo padronizado de prescrição ambulatorial de medicamentos, incluindo um documento clínico, que possa ser utilizado para interoperabilidade de sistemas. “O trabalho caminha para colocar em prática o seguinte fluxo: uma receita enviada eletronicamente pelo Cirurgião-Dentista seja reconhecida, também eletronicamente, pelo sistema da farmácia onde a receita for apresentada. Como uma linguagem integrada de dados eletrônicos”, explicou.
Dessa forma, será possível verificar se o paciente realmente adquiriu os medicamentos prescritos pelo Cirurgião-Dentista, inclusive com identificação do local. Esse modelo estruturado com referência nacional permitirá o uso de uma ou mais terminologias, viabilizando o compartilhamento de informações clínicas, interpretável entre os diversos sistemas de informações vigentes – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), Troca de Informação em Saúde Suplementar (TISS), entre outros. Além de permitir o rastreamento do fluxo farmacoterapêutico, na promoção de maior segurança tanto ao paciente quanto ao Cirurgião-Dentista.
O Modelo de Interoperabilidade de Prescrições Eletrônicas foi apresentado pela Health Level Seven, organização desenvolvedora de protocolos de saúde, especialmente dados clínicos e administrativos, para desenvolvimento de normas. A HL7 possui base bem definida em procedimentos gerados a partir de consensos, transparência e equilíbrio de interesses.
A reunião também contou com a presença da Superintendência e da Gerência de Tecnologia da Informação do CFO, que destacaram a importância da saúde digital para o exercício da Odontologia e se colocaram à disposição para contribuir com a ampliação de recursos digitais para o exercício da odontologia, resguardadas a segurança e a qualidade da prática odontológica.
Por Michelle Calazans, Ascom CFO.
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