Com base nas audiências realizadas na semana passada com os representantes das profissões regulamentadas (1/8) e com os representantes da área da saúde (2/8), uma comissão do Conselho Nacional de Educação concluiu um relatório que serve como indicativo do futuro documento sobre as diretrizes curriculares nacionais para o profissional de ensino tecnológico de nível superior.
A coordenadora geral de capacitação tecnológica do CNE, Andréa de Faria Barros Andrade, garantiu à representante do CFO no Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Saúde, Graciara Matos de Azevedo, que o documento deverá respeitar a área de atuação das profissões de saúde. Segundo a coordenadora do CNE, o documento focalizará as interfaces do ensino tecnológico, tais como informática, operacionalidade de aparelhos de alta resolução, radiologia e outros. Por outro lado, é dado como certa a não inclusão do tecnólogo de prótese dentária, como chegou a ser cogitado e veementemente rechaçado pelo CFO.
Pelo visto, funcionou a pressão da classe odontológica e das outras profissões de saúde. “Já há uma percepção dos conselheiros do CNE de que será impossível manter na nova proposta a mesma abrangência. A tendência é preservar as ações próprias das profissões da saúde, ou seja, toda ação integrada de proteção e prevenção, educação, recuperação e reabilitação, que visem a promoção da saúde”, esclarece Graciara, que também é conselheira do Conselho Nacional de Saúde.
Está prevista para o dia 14/8 (quarta-feira) a divulgação do texto com a definição das diretrizes curriculares do tecnólogo de nível superior. O documento estará disponível no site do Ministério da Educação.
Para o presidente do CFO, a instituição do tecnólogo da área de saúde estimularia a formação de “subdentistas”, que não atenderia às necessidades da população, além de saturar ainda mais um mercado que já recebe, anualmente, cerca de 13 mil novos profissionais.
O Brasil possui um cirurgião-dentista para cada mil pacientes, um dos melhores índices do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. No entanto, há falta de programas de saúde bucal voltados à população que sofre sem atendimento.
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