Por Michelle Calazans, Ascom CFO
A Comissão de Educação do Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde (FCFAS) alinhou nessa quarta-feira, dia 20 de março, as metas e estratégias de trabalho para combater o crescimento indiscriminado de cursos de graduação na área da saúde 100% ministrados na modalidade de Ensino à Distância (EaD). O Conselho Federal de Odontologia (CFO) esteve representado por Maria Celeste Morita, membro da Comissão de Educação no CFO e pelo Conselheiro Luiz Fernando Rodrigues Rosa, que também representa a Autarquia no FCFAS.
A principal preocupação da Comissão de Educação é com os prejuízos que serão provocados à saúde da população que receberá atendimento prestado por profissionais da saúde com formação desqualificada. Nesse contexto, o cenário prático sem acompanhamento na graduação e o déficit da formação ética representam os principais fatores de risco.
O estudo apresentado pela presidente da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica (CAEF), do Conselho Federal de Farmácia, Zilamar Costa Fernandes, revela dados alarmantes acerca da conjunta nacional dos cursos EaD na área da saúde. O levantamento revela que nos últimos dois anos, 913 mil vagas foram autorizadas em 11 profissões da saúde na modalidade EaD. Esse número representa crescimento de 232,5%. O levantamento retrata, ainda, que em algumas profissões, a exemplo da Biomedicina, o aumento ultrapassa 6.000%. Na Farmácia, os dados são ainda mais assustadores, existem polos EaD até fora do país.
Entre as medidas definidas, a Comissão de Educação pretende, com o apoio das entidades que integram o FCFAS, ampliar a visibilidade ao estudo apresentado por Zilamar Costa Fernandes, que também é Coordenadora da Comissão de Educação do FCFAS. Os dados serão divulgados em âmbito nacional pelos respectivos sistemas conselhos, nos canais de comunicação.
O trabalho da Comissão de Educação caminha, inclusive, para a segunda edição do “Encontro das Profissões da Área da Saúde para Debater o Ensino a Distância na Graduação”. A primeira edição aconteceu em fevereiro de 2017, em Brasília/DF, para garantir qualidade na formação dos profissionais das 14 áreas da saúde, que futuramente estarão responsáveis pelo cuidado com a saúde do paciente, da família e da comunidade.
Por fim, ficou acordado a realização de levantamento de dados dos prejuízos e impactos que serão provocados pelo ensino ministrado 100% na modalidade EaD, em cada profissão na área da saúde. O objetivo é tornar público informações que hoje são restritas às categorias profissionais da saúde. Para a Comissão de Saúde, todo e qualquer cidadão tem direito de conhecer essa realidade.
Foto: Ascom Conselho Federal de Enfermagem (Cofen)