Neste 26 de julho – Dia dos Avós -, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) reforça a importância dos cuidados com a saúde bucal desse grupo, considerado de risco em tempos de pandemia de Covid-19. Consistente literatura científica comprova que a situação de vulnerabilidade das pessoas idosas está relacionada à presença de comorbidades nessa faixa etária, a exemplo de hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias, entre outras doenças, que aumentam o risco de complicações por conta do vírus; grande parte dessas comorbidades está relacionada à saúde bucal.
O alerta do CFO faz referência à taxa de mortalidade de pessoas acima de 60 anos vítimas de Covid-19 no Brasil e em cinco países com grande número de casos diagnosticados – EUA, Itália, Espanha, Reino Unido e Suécia. No Brasil, pessoas com mais de 60 anos representam 69% das mortes. Os dados são do levantamento do perfil etário das vítimas do coronavírus, realizado pelo Poder360 e divulgado em maio deste ano. Apesar de as chances de contágio ser as mesmas para todas as faixas etárias, o risco de agravamento da doença aumenta na medida em que a idade do paciente avança, ou seja, a fragilidade dos idosos diante da infecção pelo novo coronavírus se tornou evidente.
Segundo a Doutora em Ciências da Saúde e Especialista em Periodontia e Odontogeriatria, a Cirurgiã-Dentista Denise Tibério, todo cuidado deve ser reforçado, tendo em vista a vulnerabilidade orgânica e a susceptibilidade dessa faixa etária. “A escovação dos dentes e a higiene da língua e mucosas, regularmente, são fundamentais, bem como a esterilização da escova dentária e do bochecho da cavidade bucal antes da escovação, como forma de reduzir as bactérias no ato da escovação”, afirmou.
Em caso de pacientes idosos internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a doutora em Saúde Pública/Epidemiologia pela Universidade de Paris VI- França e membro da Comissão de Educação do CFO, a Cirurgiã-Dentista Maria Celeste Morita, explica que é necessário intensificar esses cuidados com a higiene oral como forma de reduzir o risco de aquisição de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM), o que seria um agravante, considerando que o novo coronavírus se aloja no pulmão.
A Cirurgiã-Dentista evidencia, inclusive, o estudo realizado pela Universidade Estadual de Londrina, em dezembro de 2019, que comprova a associação de má condição de saúde bucal ao surgimento e agravamento de condições como doença cardíaca, diabetes e doenças pulmonares. “Pacientes com indicadores de higiene bucal precária – língua saburrosa e sangramento gengival – tiveram risco aumentado de desenvolver pneumonia relacionada ao uso de ventiladores. Ou seja, a evidência científica é clara: a instituição de medidas de higiene bucal antes da intubação de pacientes pode ajudar a evitar o desenvolvimento de PAVM. O que reforça a importância da saúde bucal para a qualidade e preservação da vida”, completou.
Por Michelle Calazans e Verônica Veríssimo, Ascom CFO.
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