O consumo de ovos de chocolate na Páscoa começou na França no século XIX, com base em tradições milenares que associam o ovo ao renascimento e à fertilidade. A Páscoa é uma festa cristã que marca o fim da Quaresma, um período de quarenta dias de jejum, orações e penitências iniciado na Quarta-feira de Cinzas.
Nesta época do ano, muitos pais e responsáveis se preocupam com os impactos do consumo de chocolate na saúde bucal das crianças, em particular no desenvolvimento de cáries. Trata-se de uma preocupação válida, que merece esclarecimentos e orientações.
O risco para a saúde bucal não está propriamente no consumo de chocolate. O cacau, matéria-prima básica do chocolate, tem efeito anticariogênico, de acordo com estudos científicos.
O risco do consumo de chocolate, seja na forma de ovos de Páscoa ou nos produtos consumidos ao longo do ano, está nos elevados níveis de açúcar na forma de sacarose. Toda a evidência científica corrobora a tese da relação entre o consumo de açúcar e o desenvolvimento de cáries. A conversão de açúcar em ácido pela placa dental limita a capacidade da saliva de proteger os dentes. O açúcar também tem forte influência sobre a formação da placa dentária.
O que os pais e responsáveis devem fazer? Uma boa recomendação é a moderação no consumo, não só pelo aspecto da saúde bucal, como também pelos fatores nutricionais. Sabemos que a população brasileira enfrenta uma verdadeira epidemia de obesidade, que atinge também crianças e adolescentes, e representa um risco concreto para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.
Sobre a saúde bucal, é importante também que as crianças – e adultos – façam a escovação dentária, se possível combinada com o uso de fio dental, no período de 15 a 30 minutos depois da ingestão de chocolate.
O CFO deseja a todos uma feliz Páscoa.